Ritmo de Ajuste da Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter o ritmo de alta de juros de um ponto percentual por reunião na semana passada, mas aumentar o tamanho do ciclo de alta de juros, como forma de cumprir as metas de inflação de 2022 e 2023.

O Copom concluiu que, neste momento, a manutenção do atual ritmo de ajuste associada ao aumento da magnitude do ciclo de ajuste da política monetária para patamar significativamente contracionista é a estratégia mais apropriada para assegurar a convergência da inflação para as metas de 2022 e 2023, diz a ata da reunião do Copom da semana passada, que subiu os juros básicos da economia de 5,25% ao ano para 6,25% ao ano.

O colegiado diz, no documento, que fez uma avaliação de custos e benefícios de acelerar o ritmo de acelerar o ritmo de elevação dos juros, destacando três pontos.

Em primeiro lugar, o estágio do ciclo de ajuste é caracterizado por uma política monetária já efetivamente contracionista, o que é evidenciado quando se observa a diferença das expectativas para as trajetórias da taxa de juros e da inflação ao longo do horizonte relevante de política monetária, diz a ata.

Em segundo lugar, simulações com trajetórias de elevação de juros que mantêm o ritmo atual de ajuste, mas consideram diferentes taxas terminais, sugerem que o atual ritmo de ajuste é suficiente para atingir patamar significativamente contracionista e garantir a convergência da inflação para a meta em 2022, mesmo considerando a assimetria no balanço de riscos.

Finalmente, o peso de itens voláteis nas revisões das projeções de inflação de curto prazo e o ineditismo do processo de readequação econômica pós-pandemia reforçam o benefício de acumular mais informações sobre o estado da economia e a persistência dos choques em vigor.

Assimetrias

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central concluiu, em reunião na semana passada, que a assimetria no balanço de riscos justifica uma trajetória para a política monetária mais contracionista que no cenário básico.

O Comitê ponderou que os riscos fiscais continuam implicando um viés de alta nas projeções, diz a ata desse encontro, divulgada nesta manhã. Essa assimetria no balanço de riscos afeta o grau apropriado de estímulo monetário, justificando assim uma trajetória para a política monetária mais contracionista do que a utilizada no cenário básico.

O Copom manteve intacto o balanço de riscos para a inflação, em relação à forma que havia sido descrita na reunião anterior, de agosto.

Do lado dos fatores que podem levar a uma inflação mais baixa do que a esperada, o colegiado cita um eventual recuo dos preços de commodities em reais.

Uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico, diz o colegiado.

Do lado dos riscos altistas para a inflação, o Copom volta a citar que novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país.

Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária, diz o comitê.

Saiba: https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2021/09/28/ritmo-de-ajuste-da-selic-em-um-ponto-percentual-e-estrategia-mais-apropriada-diz-banco-central.ghtml

Fonte: Valor Investe